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Três grandes brasileiros que marcaram a saúde mental

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Três grandes nomes brasileiros marcaram a história da saúde mental e do cuidado aos mais vulneráveis: Bezerra de Menezes (1831–1900), Cícero Penna (1856–1920) e Manoel Philomeno de Miranda (1876–1942). Mais do que personagens isolados, suas trajetórias se cruzam em coincidências que dizem muito sobre o Brasil da virada do século XIX para o XX.

Bezerra de Menezes, nascido no Nordeste, concluiu o curso de Medicina no Rio de Janeiro em 1856 — justamente no ano em que, em Belém do Pará, nascia Cícero Penna. Vinte anos depois, em 1876, nascia na Bahia Manoel Philomeno de Miranda. Assim, entre 1876 e 1900, os três estiveram vivos ao mesmo tempo, compartilhando 24 anos de história.

Bezerra e Penna exerceram a medicina no Rio de Janeiro por cerca de 20 anos (1880–1900). Já Penna e Miranda tiveram passagens marcantes por Salvador, ainda que em momentos distintos. Penna estudou Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia, entre as décadas de 1870 e 1880. Miranda, por sua vez, graduou-se em Ciências Econômicas em 1910, na antiga Escola Comercial da Bahia. Ambas as instituições foram incorporadas à atual Universidade Federal da Bahia (UFBA).


Os três praticaram a caridade e a filantropia de maneira notável. Bezerra de Menezes, conhecido como “o médico dos pobres”, atendia gratuitamente aqueles que não podiam pagar. Cícero Penna deixou seu palacete em Copacabana como legado para ser transformado em escola pública, gesto que beneficiou gerações de estudantes cariocas. Já Philomeno de Miranda, como líder espírita, promoveu ações sociais em Salvador, levando consolo e apoio moral a quem mais precisava.


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No campo da saúde mental, cada um deixou sua marca. Em 1869, Bezerra de Menezes publicou A Loucura sob Novo Prisma, propondo um olhar mais humano e espiritual sobre os transtornos psíquicos. Cícero Penna, atuando na fase inicial de consolidação da psiquiatria no Brasil, contribuiu para a legitimação dessa disciplina no Rio de Janeiro e defendeu a ampliação da assistência aos doentes mentais. Já Philomeno de Miranda, após a morte, tornou-se autor espiritual por meio de Divaldo Franco, escrevendo sobre obsessão, sofrimento psíquico e terapias morais, numa perspectiva complementar.

Três trajetórias, três estilos, mas uma mesma preocupação: como tratar a doença mental, acolher os excluídos e integrar ciência, fé e Estado no cuidado ao ser humano. Suas vidas, cruzadas por coincidências de tempo e espaço, compõem um capítulo especial da história brasileira — aquele em que a medicina, a espiritualidade e a justiça se encontram para oferecer respostas ao sofrimento humano.

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