Templos às Virtudes / Masmorras aos Vícios
- Dr. Rafael Alvarenga

- 25 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de set.

Quando pensamos em vícios e virtudes, logo percebemos que se trata de um tema antigo e sempre atual. O Novo Testamento, em especial, traz inúmeros convites para a transformação interior, ressaltando que não basta apenas evitar o erro, mas é preciso cultivar o bem.
São Paulo é direto em sua exortação aos cristãos de Roma: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem” (Rm 12,21 — Bíblia de Jerusalém, 2002). Aqui já se vê o coração da mensagem cristã: o mal não se combate apenas com resistência, mas sobretudo com a prática ativa da virtude.
A tradição espírita, em especial nas obras psicografadas por Chico Xavier, retoma esse mesmo ideal, mostrando que a vida humana é uma escola contínua. No clássico “O Livro dos Espíritos” (Allan Kardec, 1857), os benfeitores espirituais reforçam que a verdadeira liberdade vem do autodomínio e da prática do bem. Chico, em sua vasta produção — como em “Fonte Viva” (Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, FEB, 1956) — traduz em linguagem cotidiana esse apelo evangélico: não basta acreditar, é preciso praticar a virtude em cada gesto simples, no silêncio de um sorriso ou na renúncia diante de uma tentação.

É nesse ponto que se destaca uma frase autêntica de Rui Barbosa em sua Oração aos Moços: “A moral é a maior de todas as forças humanas. A imoralidade é a raiz de todos os males” (Rui Barbosa, Oração aos Moços, 1920, p. 35). Essa máxima dialoga diretamente com a mensagem bíblica e espiritualista: o vício mina a vida, corrói a confiança e escraviza a consciência. Já a virtude se converte em força de edificação, capaz de erguer pontes de paz, clareza e esperança entre as pessoas.
Por isso, a reflexão que tanto o Novo Testamento quanto o Livro dos Espíritos nos deixam é simples e direta: a felicidade não está em possuir mais, mas em ser mais.
Ser mais paciente, mais compassivo, mais justo, mais verdadeiro. O vício pode até prometer prazer rápido, mas cobra sempre um preço alto. Já a virtude, embora custosa no início, abre caminho para uma alegria duradoura, como lembra Jesus em sua célebre promessa: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8 — Bíblia de Jerusalém, 2002).
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Link para Rui Barbosa - Oração aos Moços - Oracao_aos_mocos_Rui_Barbosa.pdf
Curiosidade: foi baseada na Oração aos Moços que se cunhou a frase: “Cavar Masmorras aos Vícios e Templos à Virtude”








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