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Queimaduras em Minas: Dor e Reconstrução 

Minas Gerais guarda em sua história episódios marcantes de superação médica diante da dor. O maior exemplo dessa trajetória é o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.

Fundado em 1973, o CTQ se tornou referência nacional, com equipe multiprofissional e protocolos avançados para tratar desde queimaduras térmicas até químicas e por radiação. Mais do que técnica, o hospital se consolidou como espaço de acolhimento, reconstrução e cuidado com histórias interrompidas.


Tragédia de Brumadinho e a expansão da atuação médica 

Mas foi a tragédia de Brumadinho, em 2019, que testou e expandiu os limites da atuação médica no estado. Quando a barragem da Vale rompeu, além da destruição e das centenas de vidas perdidas, surgiram feridos com queimaduras químicas severas, provocadas pelos rejeitos tóxicos.

O CTQ assumiu a linha de frente no atendimento, adaptando seus protocolos a essa nova realidade. A lama, rica em metais e substâncias irritantes, exigiu descontaminação imediata e cuidados intensivos com a pele e mucosas afetadas, ampliando a experiência da instituição nesse tipo de ferimento.

A tragédia também mobilizou toda a rede de saúde mineira — Corpo de Bombeiros, UTQs e psicólogos — e reforçou a importância de planos emergenciais integrados.

De lá pra cá, o Hospital João XXIII fortaleceu seu papel na formação de profissionais, na pesquisa clínica e na resposta a desastres de grande escala. A história das queimaduras em Minas passou a incluir também os danos invisíveis: o trauma, a ansiedade e as memórias dolorosas que permanecem nas vítimas.


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Indenização e monitoramento de longo prazo 

Essa semana, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou uma nova indenização à Vale: R$ 10 mil a um morador que sofre até hoje com distúrbios emocionais devido ao rompimento da barragem (fonte: Estado de Minas).

Em paralelo, o governo estadual anunciou uma nova etapa dos Estudos de Avaliação de Risco à Saúde Humana, buscando mapear impactos a longo prazo nas comunidades atingidas (fonte: Agência Minas).

Brumadinho virou símbolo — não só de uma tragédia, mas da necessidade de um sistema de saúde forte, rápido e empático.

O CTQ do João XXIII segue como farol nessa jornada. Em Minas, o cuidado com a queimadura vai além da pele: é um gesto de reparação, memória e humanidade.


Queimaduras químicas 

São ferimentos causados por produtos químicos agressivos, como ácidos ou substâncias alcalinas (como a soda cáustica). Esses produtos podem queimar a pele, os olhos ou até mesmo os pulmões se forem inalados, da mesma forma que o fogo machuca — mas sem precisar de calor.

Esse tipo de queimadura costuma acontecer em acidentes com produtos de limpeza, em fábricas, laboratórios ou em desastres como o de Brumadinho, quando a lama tóxica entrou em contato direto com as pessoas.

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