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Cientistas brasileiros e a regeneração de lesões medulares graves

Uma equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está chamando a atenção do mundo científico com o desenvolvimento da polilaminina, uma molécula inovadora com potencial para restaurar a mobilidade em pacientes com lesão medular severa. Liderado pela cientista Tatiana Coelho de Sampaio, o projeto utiliza uma versão sintética e modificada da proteína laminina, derivada da placenta humana, com a capacidade de formar uma malha que estimula o crescimento e a reconexão de neurônios lesionados.

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A substância já foi testada com sucesso em animais e em um pequeno grupo de voluntários humanos, com resultados animadores. Em alguns casos, pessoas que haviam perdido completamente os movimentos devido a traumas na medula espinhal voltaram a apresentar sinais de recuperação motora após o tratamento com polilaminina.


A lesão medular ocorre quando há dano à medula espinhal — estrutura que liga o cérebro ao resto do corpo. Quando essa comunicação é interrompida, os comandos motores e sensitivos deixam de ser transmitidos. A lesão pode ser:

  • Completa: quando há perda total de movimento e sensibilidade abaixo da lesão;

  • Incompleta: quando há preservação parcial dessas funções.


Já as lesões de nervo periférico envolvem o rompimento ou compressão dos fios nervosos fora da medula, e podem causar fraqueza, dormência ou perda de função em áreas específicas do corpo.

Em geral, quanto mais alta for a lesão na coluna (por exemplo, na região cervical), mais grave será a paralisia — podendo comprometer inclusive a respiração.


Nos estudos em animais, cães com paraplegia crônica voltaram a caminhar após a aplicação da substância diretamente na medula. Já em humanos, foram tratados oito pacientes com lesão medular classificada como completa. Destes, seis sobreviveram e apresentaram recuperação parcial de movimentos voluntários — algo considerado excepcional nesse tipo de quadro.


Importante destacar: os resultados mais promissores ocorrem quando o tratamento é realizado na fase aguda da lesão — ou seja, poucos dias após o trauma. Ainda não há estudos suficientes sobre o efeito da polilaminina em lesões antigas ou crônicas.


Apesar do entusiasmo, a polilaminina ainda está longe de ser usada de forma comercial. Para isso acontecer, será necessário seguir todas as etapas exigidas pelas autoridades de saúde, como a Anvisa:

  1. Estudos pré-clínicos adicionais: em laboratório e em animais, para avaliar segurança, toxicidade e modo de ação da substância.

  2. Ensaios clínicos em humanos:

    • Fase 1: avalia segurança em poucos voluntários;

    • Fase 2: testa eficácia em grupo maior;

    • Fase 3: compara com outros tratamentos em larga escala.

  3. Registro sanitário e aprovação regulatória: a Anvisa só libera o uso em hospitais após confirmar segurança e benefício real.

  4. Escalonamento industrial: é preciso garantir que a substância possa ser produzida em grande escala, com qualidade e custo viável.

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A polilaminina é uma das pesquisas mais promissoras já feitas no Brasil no campo da medicina regenerativa. Se os próximos estudos confirmarem os resultados iniciais, esse tratamento pode transformar a vida de milhares de pessoas com tetraplegia ou paraplegia, oferecendo uma alternativa real de recuperação funcional.


Por enquanto, os dados estão sendo reunidos para futuras publicações científicas revisadas por pares. Assim que houver um link oficial com o artigo completo, ele será incluído aqui.


Fontes:

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Dr. Rafael Alvarenga atende em:

Clínica Attis - BL B - SEPS EQ 709/909, sala 26, Asa Sul, Brasília - DF, 70390-095 - Brasil

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