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A História da Enfermagem no Brasil

A história da Enfermagem no Brasil é marcada por coragem, devoção e progresso. Desde os tempos coloniais, quando o cuidar era visto como um ato de caridade, até a consolidação da profissão como pilar da saúde moderna, a trajetória das enfermeiras e enfermeiros brasileiros revela o encontro entre vocação e ciência.

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Durante séculos, o cuidado dos doentes esteve sob responsabilidade de ordens religiosas católicas, como as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo e as Irmãs de Santa Catarina, que atuavam em hospitais e abrigos. Era um serviço de fé, sem formação técnica.


Necessário falar de três mulheres notáveis que organizaram a profissão no Brasil:

  • Anna Nery (1814–1880), a Patrona da Enfermagem Brasileira, dedicou-se ao cuidado dos feridos na Guerra do Paraguai, tornando-se símbolo de altruísmo.

  • Edith de Magalhães Fraenkel (1889–1969), primeira diretora da Escola Anna Nery, estruturou o ensino técnico-científico da profissão.

  • Wanda de Aguiar Horta (1919–1981), professora da USP, criou a Teoria das Necessidades Humanas Básicas, que transformou o cuidado em um método sistematizado e humano.


A virada ocorreu no início do século XX. Em 1923, o governo criou a Escola de Enfermagem Anna Nery, no Rio de Janeiro — a primeira instituição oficial de ensino da área no país. Inspirada nas ideias de Florence Nightingale, a escola, dirigida por Edith de Magalhães Fraenkel, tornou-se o modelo para o ensino de enfermagem no Brasil e referência nacional a partir de 1931.


Nas décadas seguintes, surgiram outras instituições importantes, como a Escola de Enfermagem da USP (1942), a Carlos Chagas, em Belo Horizonte (1939), e a da UFBA, em Salvador (1946). Já os cursos técnicos e de auxiliares se firmaram a partir de 1940, suprindo a carência de pessoal nos hospitais e nas campanhas de saúde pública.


No Distrito Federal, a formação em enfermagem começou com a Escola de Enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), criada em 1962, que teve papel decisivo na formação de profissionais para o recém-inaugurado Hospital de Base e outras unidades de saúde da nova capital.


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Três marcos são significativos na organização política da atividade:

  • A criação da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras (ANEDB), em 1926, primeira entidade de classe do país e embrião do atual Conselho Federal de Enfermagem.

  • O primeiro sindicato, o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), surgiu em 1943, lutando por jornada justa e piso salarial.

  • E em 1973, a Lei nº 5.905 instituiu o Sistema COFEN/CORENs, responsável pela fiscalização e valorização da profissão em todo o território nacional.


Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988, a enfermagem brasileira ganhou papel essencial nas políticas públicas, nas campanhas de vacinação, na atenção primária e na gestão hospitalar. Hoje, o país conta com milhões de profissionais de enfermagem, um dos maiores contingentes da saúde mundial.


Mais do que uma profissão, a Enfermagem une técnica científica e empatia. Sua história é, antes de tudo, a história do cuidado — o gesto que sustenta a vida e a esperança em cada leito, em cada hospital e em cada comunidade do Brasil.

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