Realização plena e Saúde Mental: EUDAIMONIA

A saúde mental é uma das dimensões mais essenciais do bem-estar humano, sendo diretamente ligada ao conceito aristotélico de eudaimonia, ou realização plena.

Aristóteles, em sua obra Ética a Nicômaco, defende que o objetivo final da vida humana é a busca pela eudaimonia, que não se limita ao prazer momentâneo, mas à vida vivida de acordo com a virtude e a razão.

Depressão, Ansiedade e o Obstáculo à Eudaimonia

Quando pensamos em doenças como Depressão e Ansiedade, percebemos que a falta de equilíbrio emocional e de um propósito claro pode ser um grande obstáculo para viver plenamente.

Para o filósofo grego Aristóteles, no Livro I, capítulo 7, de Ética a Nicômaco (c. 335–323 a.C.),

“O bem humano é uma atividade da alma em conformidade com a virtude”.

Em outras palavras, a felicidade — ou eudaimonia — surge quando agimos de acordo com nossa natureza racional e moral.

A depressão, porém, muitas vezes apaga essa chama, tirando motivação e sentido, tornando a busca pela virtude mais difícil. O tratamento, então, deve ajudar a recuperar o ânimo e a clareza moral.

A Ansiedade e a Doutrina do Meio-Termo

A Ansiedade, por sua vez, prende a mente em um ciclo de preocupação constante.

No Livro II, capítulo 6, Aristóteles apresenta a “doutrina do meio-termo”, onde a Virtude é o equilíbrio entre o Excesso e a Falta.

Nesse sentido, a ansiedade é um excesso de medo que precisa ser moderado para que possamos agir com ponderação.

A terapia, aqui, deve ajudar a encontrar o ponto certo entre o medo paralisante e a completa indiferença.

A Importância da Amizade para a Saúde Mental

Aristóteles também lembra, no Livro VIII, que a amizade é essencial para a Eudaimonia, pois fortalece nosso caráter e nos ajuda a crescer.

Depressão e Ansiedade costumam isolar as pessoas, piorando os sintomas. Reconstruir laços e cultivar amizades virtuosas pode ser tão importante quanto qualquer remédio.

No fim, a visão aristotélica mostra que cuidar da saúde mental é mais do que aliviar sintomas: é reencontrar o equilíbrio, a razão e os vínculos humanos que nos levam à eudaimonia.